sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Durou pouco...

Poucos dias após as duras críticas de Roberto Setubal, presidente executivo do Itau Unibanco, sobre a inviabilidade financeira dos juros praticados pelo Banco do Brasil, vem a pancada... O Banco do Brasil voltou a ser o maior banco do país, tanto em ativos R$ 599 bilhões ante R$ 596 bilhões do concorrente, como em rentabilidade sobre patrimônio líquido, 33,2% do capital ante 22,3% do Itaú Unibanco.
A verdade é que o sucesso apresentado pelo BB não veio de forma natural e simples. A instituição, impressionada com a agressividade dos concorrentes em busca da liderança e consolidação de mercado no Brasil, resolveu partir pro ataque e, em menos de um ano, incorporou o Banco Estadual de Santa Catarina - BESC - e o Banco do Estado do Piauí - BEP -, além de ter adquirido o controle da rede bancária paulista Nossa Caixa e ampliado sua participação no Banco Votorantim, esta última ainda não contabilizada.
Os bons resultados não se devem exclusivamente as aquisições realizadas pelo BB. O banco estatal resolveu também ampliar sua base de crédito e oferecer finanaciamentos com juros cada vez mais baixos - justamente o que foi criticado por Setubal. Embora a briga bancária continue boa, mostra-se cada vez mais difícil enfrentar o BB, com todos os seus subsídios e etc. Itaú e Unibanco conseguiram alcançar o topo, mas durou pouco. Quem sabe se a fusão desta vez incluir o Bradesco...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Mais de um ano depois...

É impressionante como a correria do cotidiano nos impede de fazer tudo o que gostariamos... Reconheço que esta frase seja um clichê, mas tal constatação choca sempre que ocorre. Hoje, mais de um ano após as minhas primeiras postagens, que foram apenas duas, no mesmo dia, e olhe lá, resolvi retomar meu blog.
O mais curioso deste fato é o motivo. Tudo bem que eu já estava pensando em retomar o blog desde o dia seguinte ao que comecei, mas nunca tinha o ímpeto necessário. Até que nesta última segunda - 20/07/2009 - estava eu, lépido e fagueiro, em meu quarto, já pelas 10 e pouco da noite, quando me liga uma amiga, dizendo que estava lendo aquele livro Doce Veneno do Escorpião da Bruna Surfistinha e que eu também deveria dar uma olhada e coisa e tal... Sinceramente, não conheço alguém mais anacrônico para livros do que eu mesmo. Acho que tenho uma certa aversão a livros da moda e do momento, pois nunca os leio quando estão na crista. Enfim, coincidentemente, eu tenho este livro, fui presenteado com ele por um amigo - de família grega provavelmente - ano passado. Resolvi então interromper a minha prestimosa leitura das Memórias da Segunda Guerra Mundial de Wiston Churchill, que por sinal deve estar se remoendo em sua tumba desde então, para ler esta obra suprema da Literatura Brasileira.
Não vem ao caso o que achei do livro, mas ao terminá-lo, após umas 3 horas inteiras, pensei: "até puta tem blog hoje em dia e eu, que adoro escrever e escrevo desde os meus 14 anos, não tenho." nada contra as meninas da vida, menos ainda contra esta em específico, mas resolvi retomar meu blog.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Se foi o tempo em que criança tinha medo de bicho papão...

Agora o medo é do mosquito papão! Que é bem real por sinal.

Crise? Só um pouquinho...

A crise, que ainda é "apenas" econômica, nos Estados Unidos não é das mais fáceis de entender. Quem são os culpados? Esta pergunta então é das piores... entretanto não é difícil enxergar uma espécie de efeito dominó ao fazer uma breve análise histórica das causas da iminente recessão.
É tudo muito simples. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, temendo uma retração econômica, o Fed (Banco Central americano) baixou gradativamente a taxa básica de juros (que norteia os demais juros aplicados nos mais diversos setores econômicos e financeiros de um país, tais como: empréstimos, finanaciamentos, poupança e investimentos em papeis públicos), que chegou, em 2003, ao patamar de 1% ao ano. Esta medida afastou temporariamente qualquer possibilidade de recessão e, ao invés disso, instalou um boom econômico, especialmente no mercado imobiliário, viabilizado por financiamentos com taxas de juros baixíssimas e em condições, por que não dizer, completamente imprudentes. O crescente sucesso deste tipo de empreendimento e as possibilidades de ganhos bastante elevados a médio prazo - afinal quem não se interessa por comprar imóveis -, fez com que as instituições finanaceiras (leia bancos) diminuíssem gradativamente as exigências para conceder crédito a pessoas físicas, gerando as hipotecas (finanaciamento e refinanciamento de imóveis) de alto risco, chamadas, em inglês, de sub-prime. No final estes finanaciamentos eram segurados e/ou repassados a seguradoras e bancos de investimento (ressegurados). Afinal todo mundo queria uma fatia do bolo.
Todavia não demorou para o Fed entender que a possibilidade de retração econômica já estava distante e elevar a taxa básica de juros novamente. Foi aí que o efeito cascata começou. Os finanaciamentos imobiliários tinham suas taxas corrigidas de acordo com os juros básicos da economia, logo foram gradativamente reajustados. Em 2006 a os juros americanos, já em alta desde 2004, alcançaram o patamar de 5,25%; elevando drasticamente o valor das prestações a serem pagas pelos imóveis adquiridos.
As pessoas começaram a não pagar suas prestações; os bancos, sem receber, passaram a acumular perdas consideráveis apresentadas em seus balanços trimenstrais, tais perdas desencadearam uma gradativa queda no valor das ações destes bancos, derrubando as bolsas (a princípio apenas as americanas, depois do mundo inteiro), os bancos passaram a retrair o crédito e aumentar as exigências; como são movidos a crédito, estas instituições passaram a registrar prejuízos ainda maiores e com o repasse dos prejuízos, as seguradoras e bancos de investimento também acumularam perdas. Como os americanos costumam utilizar o dinheiro provindo do refinanciamento de imóveis para comprar, a crise no setor, começou a reduzir o poder de compra dos cidadãos de classe média; com a redução do consumo, reduz-se também as vendas, a produção e os empregos... Enfim... $%@#&# tudo!
Resumidamente houve uma crise imobiliária, depois uma crise do crédito, uma contração financeira, daí uma crise de consumo. Todos estes fatores geraram uma crise bancária, e como os bancos são a base da movimentação econômica, tem-se uma crise econômica, que, na era da globalização em que vivemos, afeta o mundo inteiro, inclusive o nosso proeminente Brasil. Desde que a crise foi percebida, o Fed tem atuado com medidas como a redução dos juros e pacotes para impulsionar o consumo, mas parece não ser o suficiente. O Presidente do Fed, Ben Bernake, em um ascético momento de constatação do óbvio, admitiu ontem - 02/04/2008 - a "possibilidade" de uma recessão na economia americana. Bom... O mundo parece preparado para uma crise desta dimensão - já dita por especialistas como a maior desde 1929. Neste contexto, pode ser que a crise americana afete muito o restante do planeta, mas pode ser que afete só um pouquinho.